sábado, 27 de agosto de 2011

Casa de Rute reabilita mulheres das drogas

A entidade precisa de colaboradores para ajudar a manter esse trabalho que está salvando vidas

Por Antonio Maria
(Ampliar) Centro de recuperação reabilita mulheres das drogasUm problema que vem preocupando as autoridades e principalmente muitos pais de famílias está cada dia aumentando e atingindo pessoas de várias classes sociais, bem como destruindo muitas vidas por causa das drogas.

Devido ao vício, muitos usuários não procuram o tratamento porque já estão totalmente no fundo do poço e escravo das drogas, no entanto, alguns ainda encontram forças e decidem mudar de vida e procurando os centros de recuperação para dependentes químicos. Grande número de pessoas vítimas deste problema estão passando por tratamento em dois centros de reabilitação em Açailândia, o “Bom Samaritano”, que trabalha na recuperação de pessoas do sexo masculino e a “Casa de Rute”, especializado no tratamento apenas de mulheres dependentes químicas.


A reportagem do Jornal do Maranhão esteve visitando o Centro de Recuperação de Mulheres Dependentes Químicas “Casa de Rute” com sede na Vila Bom Jardim e entrevistou uma interna que passou pelo processo de tratamento e deu o seu testemunho de como entrou e conseguir deixar o “mundo das drogas”.


A pessoa que a entrevistamos, para que o seu nome seja preservado vamos chamá-la de “MARIA”. Ela tem 29 anos, é moradora de Imperatriz, foi casada e tem dois filhos, o mais velho com 12 anos e a caçula com 9 anos, todos do primeiro casamento. Depois viveu maritalmente com outro homem que, segundo ela, conheceu as drogas através deste. Foi usuária de crack durante cinco anos compulsivamente.


Para manter o vício, às vezes sem que o companheiro soubesse, se submetia à prostituição para conseguir a droga e o marido também viciado roubava para sustentar o seu vício e satisfazer o seu “prazer diante das drogas” e compartilhava a mesma com MARIA.


MARIA disse à reportagem que quando percebeu estava no fundo do poço e já havia perdido tudo, inclusive vendido tudo de dentro de casa. Ela disse que só não vendeu a casa porque o seu pai a impediu de vendê-la. Foi quando resolveu optar pela sua reabilitação, largando o marido que não quis deixar as dorgas.


Ela procurou a Casa de Rute, no dia 29 de dezembro de 2010 e já passou por todo o processo de recuperação completando os 9 meses no próximo mês de setembro. Maria estava determinada a se recuperar. “O tratamento transformou a minha vida, resgatei o meu caráter e a minha alto-estima. Estou preparada para recomeçar uma nova vida, quando se quer, se consegue tudo. Depende de muita força e vontade própria”, disse com emoção.


Atualmente, MARIA contribui na Casa de Rute na reabilitação de outras internas com o seu testemunho vivo e a sua experiência de superação no combate e vitória contra as drogas. Ela é uma das obreiras da casa e afirmou que o processo de recuperação é muito difícil, afirmando que a pessoa dependente de droga só vence este mal com muita força de vontade e principalmente pela misericórdia de Deus.


A Casa de Rute existe em Açailândia, há um ano e sete meses e de acordo com as coordenadoras e administradoras da entidade, Flor de Liz Colares da Silva, Iara Carrilho e Dorivan Lima, uma das obreiras (estagiária), pela casa já passaram cerca de 80 mulheres, mas apenas 15 conseguiram se libertar das drogas. Hoje, conta com 14 mulheres internadas que estão lutando pelas suas recuperações na faixa etária de 17 a 55 anos, dentre estas, duas adolescentes de 16 anos que estão internadas sob ordem judicial, uma de Imperatriz e outra de Carolina/MA.


As internas cumprem várias atividades disciplinares. A rotina começa às 6 horas da manhã com devocional, café da manhã e limpeza da casa.


Com a orientação das coordenadoras, as internas ajudam a fazer a comida e a limpeza da cozinha e louças. De 11h às 12h30, culto devocional. O almoço é sempre meio dia e meia, seguido de descanso até às 14h30. Ás 16h, as internas recebem um lanche, tarde livre e manutenção da casa, jantar às 19h30 e hora para dormir às 22h.


A casa dispõe de cinco quartos com 19 camas e outras a serem montadas no depósito de acordo com a demanda de alunas. Para os próximos dias, estão chegando mais 6 mulheres de São Luis e Santa Inês/MA.


APELO


A Casa de Rute não recebe ajuda dos governos federal, estadual e municipal, sobrevive apenas de ajuda voluntária de empresas locais, além de ajuda das famílias das internas. De acordo com Flor de Liz, a casa é alugada e custa 700 reais por mês, além de águ, luz e telefone que também são pagos com doações voluntárias.


A coordenação da casa revelou à reportagem que a entidade está necessitando de uma máquina de costura, um fogão industrial, panelas e todo eletrodoméstico que qualquer casa precisa, principalmente material de higiene pessoal, limpeza, além de cama, mesa e banho. As alunas ficam na casa em regime fechado, mas também desenvolvem outras atividades como cursos de culinárias,artesanato, dança e panificação.


Ainda de acordo com a coordenadora Flor de Liz, o processo de recuperação tem como base a Palavra de Deus. Não é usado nenhum tipo de remédio no processo de desintoxicação, apenas a alimentação balanceada e bastante nutritiva.


Fonte: Jornal do Maranhão

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