quarta-feira, 10 de outubro de 2012

REFLETINDO SOBRE A ELEIÇÃO 2012 EM AÇAILÂNDIA



Uma vez que estamos vivendo um momento de reflexão, uma vez que já empreenderam, ouso expor opinião acerca do resultado desta eleição.

Quero porém considerar que exponho apenas uma simples opinião, uma vez que não sou especialista no assunto, não sou profissional da imprensa, apenas um cidadão açailandense que faz parte do contexto desta história.

Ao expor as razões pelas quais tributo este resultado, não quero apresentar Gleide como uma pessoa perfeita, isenta de falhas. Mas se estou abordando sobre os motivos que a levou a vitória, é obvio que as falhas não contribuíram, mas não as eximo, as reconheço.

Também para me fazer mais compreensivo, usarei uma abordagem por pontos, pois assim evitarei digredir e ser traído pelas próprias argumentações.

Determinação. Durante os 16 anos que tenho acompanhado a líder política e a cidadã Gleide Santos, vejo nitidamente uma pessoa determinada em seus alvos e sonhos; razão de minha identificação com seus ideais. Durante este tempo, muitas sugestões vieram para que ela se candidatasse a vereadora, deputada estadual, deputada federal, etc. Ela sempre dizia: tenho um sonho -  ser prefeita de Açailândia e desenvolver projetos que criei para esta cidade. Sua determinação a fez enfrentar infinitas e pesadas barreiras, oposições, adversidades.

Fé. Quando me refiro a fé, não estou falando apenas da configuração evangélica, mas a fé genuína, pessoal. Gleide sempre acreditou em Deus, na família, no ser humano, na vitória dos princípios e dos ideais. Apesar de ser duramente criticada em entrevistas e reportagens, ela nunca deixou de esboçar sua fé em Deus, na família e no povo de Açailândia.

Maturidade. Acompanhei cada eleição que Gleide se ofereceu  para passar pelo crivo das urnas. Em cada etapa não alcançada, ela se recolhia, procurava avaliar onde falhou, se elaborava e logo ressurgia com mais coragem e determinação; disposta e refazer o que fosse necessário, demonstrando estar mais amadurecida. Assim como José do Egito levou 13 anos sofrendo para amadurecer, crescer, consolidar suas convicções até estar pronto para livrar aquela nação de uma grande fome,  ela levou 16 anos para estar pronta para encarar e vencer os desafios que uma cidade como a nossa manifesta, tanto no contexto social quanto político. A cidade viu isto.

Lealdade. Durante estes anos ouvi muitas coisas acerca de Gleide e confesso que em algumas delas até concordava; a exemplo: não consolida um grupo, é muito fechada, é dura, intransigente.  Entretanto, ela nunca abandonou aqueles que realmente caminhavam no mesmo ideal. Em toda trajetória não se pode acusa-la de deslealdade, exceto aqueles que se encostaram visando apenas tirar proveito. Todos os que caminharam em aliança e fidelidade, encontraram em sua pessoa, mais que uma líder política, uma amiga, uma companheira. Este atributo foi sendo consolidado ao longo dos anos.

Unidade. Li alguns comentários acerca da unidade dos evangélicos em torno da campanha de Gleide, o que também tributo ter sido determinante, pois quando há unidade da fé, a vitória se manifesta. Porém considero que esta vitória não foi apenas dos evangélicos, mas dos católicos, dos de outras confissões religiosas, dos sem religião, dos partidos políticos (grupão), do profissional liberal, do funcionário público, dos mais diversos segmentos organizados da sociedade. A unidade prevaleceu.

Particularmente entendo que Gleide não é a "prefeita eleita dos evangélicos" e sim de toda a cidade. A pessoa Gleide é evangélica autêntica, mas a prefeitura não tem definição denominacional, é laica, portanto o gestor também precisa discernir isto; e estou certo que ela entende isto muito bem.

Descontentamento com a centralização administrativa. Sem querer entrar no mérito da questão e nas implicações que a mesma envolve, havia um sentimento explícito entre o povo de que se privilegiava poucos em detrimento das necessidades de muitos. Creio que o sentimento por mudança, veio mais pelo anseio de um outro modelo administrativo, do que necessariamente pelo desejo de uma "cara nova" na gestão municipal. O discurso persistente de Gleide veio a calhar.

Vontade do povo. Houve uma inequívoca vontade popular. Várias circunstâncias levaram muitos eleitores a não se manifestarem: pressões, coações, desejo natural do anonimato; porém o clamor era geral. Até mesmo em setores da cidade onde Gleide não tinha uma expressão de voto em eleições anteriores, nesta se viu um apoio de maneira contundente nas urnas. Percebi também que sentimento de mudança não foi uma singularidade de Açailândia, mas na maioria absoluta dos municípios do sul do Maranhão.

As caminhadas e carreatas de Gleide tomavam proporções, às vezes incontrolável, pois livremente, voluntariamente o povo se manifestava para participar e manifestar seu desejo. Nestes anos de Açailândia vi manifestação nesta magnitude apenas duas vezes: na eleição em que Deusdeth Sampaio ganhou de Leonardo Lourenço de Queiroz e agora. Era a vontade pura e simples do povo.

Uso do pensamento que diz: "O homem que expressa está sujeito a errar, o homem que não diz e não faz nada já está errado" (...) para refletir sobre mim neste contexto.  Confesso que saí desta eleição mais amadurecido. Tive a oportunidade de resgatar amizades que haviam sido obstruídas; tive a oportunidade de conviver com pessoas das quais eu critiquei, aqui mesmo neste blog e a convivência me fez aprender a lidar com as diferenças sem comprometer a minha essência; tive que reformular conceitos sem comprometer princípios pessoais, morais e espirituais, pelo contrário, firmando-os; tive a graça de respeitar a opinião contrária, mesmo de pessoas próximas a mim, o que é o direito de um cidadão em uma democracia; tive a necessidade de entender que até mesmo aqueles que se levantaram ferrenhamente contra mim, pois o fizeram no mais pleno direito de firmar suas vontades e seus alvos pessoais. Tive a oportunidade de construir novas amizades e consolidar as que já tinha. Tive a bênção de combater o bom combate, vencer mais esta etapa e guardar firme a minha fé.

Creio ser imperioso respeitar a democracia, a vontade do povo e sem mágoas e ressentimentos pensarmos maior, pensarmos em Açailândia, na continuidade da história de nosso povo; na consolidação de uma Açailândia de todos nós.

Ap. BUENO JÚNIOR

2 comentários:

  1. Apostolo,

    Acredito que depois da vitória, é chegada a hora de obreiros, pastores, presbíteros, reverendos e apóstolos se dedicarem a causa do senhor, única e exclusivamente, afinal de contas, a Gleide foi chamada para ser prefeita e os senhores para serem pastores...

    ResponderExcluir
  2. Perfeito este texto do Ap. Bueno Júnior, não apenas pela construção inteligente do mesmo, mas também por expressar os setimentos da maioria dos açailandenses.

    ResponderExcluir

Comente e se quiser sua mensagen sera anonima. Os comentarios seram publecados apos avaliação do blogger, Não e permitido spams.