Uma vez que estamos vivendo um momento de reflexão, uma vez
que já empreenderam, ouso expor opinião acerca do resultado desta eleição.
Quero porém considerar que exponho apenas uma simples
opinião, uma vez que não sou especialista no assunto, não sou profissional da
imprensa, apenas um cidadão açailandense que faz parte do contexto desta
história.
Ao expor as razões pelas quais tributo este resultado, não
quero apresentar Gleide como uma pessoa perfeita, isenta de falhas. Mas se
estou abordando sobre os motivos que a levou a vitória, é obvio que as falhas
não contribuíram, mas não as eximo, as reconheço.
Também para me fazer mais compreensivo, usarei uma abordagem
por pontos, pois assim evitarei digredir e ser traído pelas próprias
argumentações.
Determinação. Durante os 16 anos que tenho acompanhado a
líder política e a cidadã Gleide Santos, vejo nitidamente uma pessoa
determinada em seus alvos e sonhos; razão de minha identificação com seus
ideais. Durante este tempo, muitas sugestões vieram para que ela se
candidatasse a vereadora, deputada estadual, deputada federal, etc. Ela sempre
dizia: tenho um sonho - ser prefeita de
Açailândia e desenvolver projetos que criei para esta cidade. Sua determinação
a fez enfrentar infinitas e pesadas barreiras, oposições, adversidades.
Fé. Quando me refiro a fé, não estou falando apenas da
configuração evangélica, mas a fé genuína, pessoal. Gleide sempre acreditou em
Deus, na família, no ser humano, na vitória dos princípios e dos ideais. Apesar
de ser duramente criticada em entrevistas e reportagens, ela nunca deixou de
esboçar sua fé em Deus, na família e no povo de Açailândia.
Maturidade. Acompanhei cada eleição que Gleide se
ofereceu para passar pelo crivo das
urnas. Em cada etapa não alcançada, ela se recolhia, procurava avaliar onde
falhou, se elaborava e logo ressurgia com mais coragem e determinação; disposta
e refazer o que fosse necessário, demonstrando estar mais amadurecida. Assim
como José do Egito levou 13 anos sofrendo para amadurecer, crescer, consolidar
suas convicções até estar pronto para livrar aquela nação de uma grande fome, ela levou 16 anos para estar pronta para
encarar e vencer os desafios que uma cidade como a nossa manifesta, tanto no
contexto social quanto político. A cidade viu isto.
Lealdade. Durante estes anos ouvi muitas coisas acerca de
Gleide e confesso que em algumas delas até concordava; a exemplo: não consolida
um grupo, é muito fechada, é dura, intransigente. Entretanto, ela nunca abandonou aqueles que
realmente caminhavam no mesmo ideal. Em toda trajetória não se pode acusa-la de
deslealdade, exceto aqueles que se encostaram visando apenas tirar proveito.
Todos os que caminharam em aliança e fidelidade, encontraram em sua pessoa,
mais que uma líder política, uma amiga, uma companheira. Este atributo foi
sendo consolidado ao longo dos anos.
Unidade. Li alguns comentários acerca da unidade dos
evangélicos em torno da campanha de Gleide, o que também tributo ter sido
determinante, pois quando há unidade da fé, a vitória se manifesta. Porém
considero que esta vitória não foi apenas dos evangélicos, mas dos católicos,
dos de outras confissões religiosas, dos sem religião, dos partidos políticos
(grupão), do profissional liberal, do funcionário público, dos mais diversos
segmentos organizados da sociedade. A unidade prevaleceu.
Particularmente entendo que Gleide não é a "prefeita
eleita dos evangélicos" e sim de toda a cidade. A pessoa Gleide é
evangélica autêntica, mas a prefeitura não tem definição denominacional, é
laica, portanto o gestor também precisa discernir isto; e estou certo que ela
entende isto muito bem.
Descontentamento com a centralização administrativa. Sem
querer entrar no mérito da questão e nas implicações que a mesma envolve, havia
um sentimento explícito entre o povo de que se privilegiava poucos em
detrimento das necessidades de muitos. Creio que o sentimento por mudança, veio
mais pelo anseio de um outro modelo administrativo, do que necessariamente pelo
desejo de uma "cara nova" na gestão municipal. O discurso persistente
de Gleide veio a calhar.
Vontade do povo. Houve uma inequívoca vontade popular. Várias
circunstâncias levaram muitos eleitores a não se manifestarem: pressões,
coações, desejo natural do anonimato; porém o clamor era geral. Até mesmo em
setores da cidade onde Gleide não tinha uma expressão de voto em eleições
anteriores, nesta se viu um apoio de maneira contundente nas urnas. Percebi
também que sentimento de mudança não foi uma singularidade de Açailândia, mas
na maioria absoluta dos municípios do sul do Maranhão.
As caminhadas e carreatas de Gleide tomavam proporções, às
vezes incontrolável, pois livremente, voluntariamente o povo se manifestava
para participar e manifestar seu desejo. Nestes anos de Açailândia vi
manifestação nesta magnitude apenas duas vezes: na eleição em que Deusdeth
Sampaio ganhou de Leonardo Lourenço de Queiroz e agora. Era a vontade pura e
simples do povo.
Uso do pensamento que diz: "O homem que expressa está
sujeito a errar, o homem que não diz e não faz nada já está errado" (...)
para refletir sobre mim neste contexto.
Confesso que saí desta eleição mais amadurecido. Tive a oportunidade de
resgatar amizades que haviam sido obstruídas; tive a oportunidade de conviver
com pessoas das quais eu critiquei, aqui mesmo neste blog e a convivência me
fez aprender a lidar com as diferenças sem comprometer a minha essência; tive
que reformular conceitos sem comprometer princípios pessoais, morais e
espirituais, pelo contrário, firmando-os; tive a graça de respeitar a opinião
contrária, mesmo de pessoas próximas a mim, o que é o direito de um cidadão em
uma democracia; tive a necessidade de entender que até mesmo aqueles que se
levantaram ferrenhamente contra mim, pois o fizeram no mais pleno direito de
firmar suas vontades e seus alvos pessoais. Tive a oportunidade de construir
novas amizades e consolidar as que já tinha. Tive a bênção de combater o bom
combate, vencer mais esta etapa e guardar firme a minha fé.
Creio ser imperioso respeitar a democracia, a vontade do
povo e sem mágoas e ressentimentos pensarmos maior, pensarmos em Açailândia, na
continuidade da história de nosso povo; na consolidação de uma Açailândia de
todos nós.
Ap. BUENO JÚNIOR
Apostolo,
ResponderExcluirAcredito que depois da vitória, é chegada a hora de obreiros, pastores, presbíteros, reverendos e apóstolos se dedicarem a causa do senhor, única e exclusivamente, afinal de contas, a Gleide foi chamada para ser prefeita e os senhores para serem pastores...
Perfeito este texto do Ap. Bueno Júnior, não apenas pela construção inteligente do mesmo, mas também por expressar os setimentos da maioria dos açailandenses.
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