segunda-feira, 22 de maio de 2023

Conheça a História do Noivo da Junina Flor de Mandacaru Talisson Santos que vem encantando a todos em suas apresentações.



Olá meu povo, eu sou Talisson Santos, noivo da Junina Flor de Mandacaru, senta aí e deixa eu te contar um pouco da minha trajetória nesse mundo incrível que é o mundo junino, vou adiantando que nessa história tem altos e baixos, momentos alegres e triste então se prepara que lá se vai eu rsrs.

Minha primeira experiência com o São João foi em uma quadrilha "pé de serra" chamada de "Asa Branca" (quadrilha "pé de serra" pra quem não sabe é aquela quadrilha junina que não tinha um tema, seus passos eram tradicionais e a história geralmente eram semelhantes entre todas as juninas da época, como, por exemplo, o noivo era sempre aquele Caba safado que se apaixonava pela noiva, o pai da noiva era o rico da cidade, o padre era um bêbado e o noivo sempre era obrigado a se casa após ter se relacionado antes da hora com a noiva...) dois anos depois meu grupo de amigos criamos a "Flor" que na época era a Cangaceiros de São Sebastião, também quadrilha pé de serra.

No ano de 2010 a quadrilha junina Cangaceiro de São Sebastião já era a Quadrilha Junina Flor de Mandacaru, a Junina usou o tema "A festa do pau da bandeira" tema emprestado da Grande Junina Dona Matuta de Pernambuco, madrinha da Flor, infelizmente no ano da sua estreia, por conta de problemas pessoais não estava na cidade para fazer parte do elenco, tive que aguardar o ano seguinte.

Em 2011 o tema já era de autoria da Flor de Mandacaru, "A rainha dos sertões" era um tema lindo, me arrepio toda vez que lembro do Arraiá municipal daquele ano, era uma noite fria e garoava, o nervosismo tomava conta de todo o corpo, a contagem para abrir o banner começou e durante essa contagem uma energia positiva tomou conta da quadrilha e fizemos uma belíssima apresentação levando pela primeira vez o título para casa e a admiração do público, ali nos tornamos uma queridinha de Açailândia.

Chegando em 2012 a primeira viagem surgiu para fora do estado desse grande Maranhão, a Flor conheceu Fortaleza, eu não estava lá, mas me sentir lá, de certo modo. 2013 a proposta era o "Encanto do bem e feitiço do mal", ali já nos sentimos grandes, dividimos a Junina em duas cores, o vermelho e azul deixava o São João da Flor com uma cara de quadrilha superior dos outros anos, eu claro, vim de azul, e eu amei, rsrs.

Já em 2014 foi um ano difícil, e quando digo difícil digo muuuuuito difícil, mas como sempre estávamos juntos independente de qualquer coisa, lembro do perrengue na estrada indo para Pedreiras-MA, o pneu do ônibus estourou e ficamos parados entre as aldeias ali, o medo de ser atacados era grande, pois os boatos era que existia essa possibilidade, todos diziam que os indígenas eram agressivos e tals, mas graças a Deus foi o contrário, fomos acolhidos pelos indígenas de forma carinhosa, nos deram água e nos orientaram a prosseguir até um posto de gasolina que tinha mais a frente e foi o que fizemos, fomos e lá passamos a noite, lá brincamos, dançamos, sorrimos, bebemos... Pois apesar de tudo era um perrengue, mas estávamos unidos, estávamos juntos, hoje tudo isso é uma memória maravilhosa que aquece nossos corações fazendo nós lembrarmos que o São João que fazemos é por amor, pois como o grande Lauender de França, ex-noivo diz: "Ainda que a fogueira se apague a paixão de ser quadrilheiro sempre queimara dentro de nós."


E ainda hoje essa chama permanece viva, porque somos isso, somos a força e a representatividade do São João maranhense, e falando em força em representatividade nada melhor que o "Meu sobrenome é Babaçu" de 2015, ano que eu fazia parte da produção, nossa que maravilha de ano, estava ali pelos bastidores dando o meu máximo carregando, levando e puxando utensílios do espetáculo, tinha até uma entrada na hora da feira, entrava empurrando um carrinho com adereços representando os produtos que o coco babaçu pode se tornar e ser comercializado, amei, foi lindo, mas em 2016 eu sentir vontade de voltar a formação e assim no espetáculo "Pipa, nas asas do recomeço." Fiz a frente, tava ali no topo, dançava olhando nos olhos dos jurados, mas não afrontando e sim encantando com o tema alegre que esse ano era, o triste desse ano foi perde meu amigo e irmão em um triste acidente de moto, Alef era uma pessoa carismática, morávamos juntos, minha habilitação foi ele quem foi buscar e me entregar fazendo uma surpresa, nunca vou esquecer dele, meu mano, não tinha quem não gostasse daquela figura, que Deus tenha te colocado em um bom lugar meu amigo, gratidão.


No ano de 2017 continuei no elenco, "aos vivos e as flores" um trabalho inspirado na obra de Ariano Suassuna, um tema forte e dramático, encantamos a globo nordeste com a história das famílias que lutaram por terra e acabou com a morte de uma família quase por inteira, uma história bem dramática de comover qualquer um.


Depois desse ano eu realmente quis ficar de fora de tudo, não estava nem no elenco, nem nos bastidores e nem na produção, por algum motivo resolvi ficar do outro lado, do lado do público, no arraial municipal fiquei na arquibancada, era somente um telespectador, foi um ano bom, acho que foi um processo que precisei passar, como artista você precisa saber, sentir e experimentar todos os ângulos, e em 2018 era o ano de experimentar esse lado.


Mas em 2019 estava de volta, relaxado após um ano sem dançar e com sede de voltar minha posição de dançarino, e olha qual era o tema "O Divino sou eu", um tema cheio de energia e representatividade, era os 10 anos da Flor, dez anos de muitas histórias, histórias de força e de muito amor, eu estava de volta e estava feliz, foi uma pena 2020 e 2021 ter sido barrado pela pandemia, foram 2 anos em casa querendo estar nos tablados.

De repente 2022, e me deram o chapéu branco, sem estar esperando fui convidado a ser o noivo da minha junina, pense em uma responsabilidade, me prontifiquei e aceitei o convite, foi um ano novo, uma experiência que de longe achei que ia passar, mas deu tudo certo, esse ano mais uma vez estou com essa responsabilidade juntamente com a Paula Freitas, espero que seja um ano incrível para gente, e com amor em Deus e fé no São João será sim um ano inesquecível.

Bom esse é um resumo da minha trajetória na junina, desejo um belíssimo São João a todos. Inté pessoal.










Fotos: Henrique Sales e 
Arquivo pessoal.

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