Conheça Tamara Muniz, uma Rainha Junina que encanta em cada espetáculo da Flor de Mandacaru apresentado no São João

Minha trajetória no mundo junino, iniciou no ano de 2017, com espetáculo Aos Vivos e as Flores. Carrego comigo um carinho especial por esse ano, afinal foi o primeiro, com ele veio inúmeras dificuldades, diversas comparações e superação, cair meio que de paraquedas, não entendia nada de quadrilha estilizada, nada. Foi um ano grandioso para a Flor de Mandacaru, onde tive a alegria de comemorar junto a junina, a felicidade de celebrar o tão desejado campeonato do arraiá da Mira, conquistado o titulo de primeiro lugar e a vaga de representante do Maranhão no Festival Globo Nordeste. Foi uma experiência incrível chegar o global, olhar a dimensão que é o festival e ainda estar entre grandes quadrilhas do nordeste. Tive a responsabilidade de dar vida a 4 personagens dentro desse espetáculo, foi desafiador, lidar com consciência corporal de cada personagem e carregar o peso de ser a rainha, já em meu primeiro ano. Foi um ano de conquista, mais certamente foi o meu ano de muito aprendizado.

2018, foi um ano divertido, leve, alegre, enquanto espetáculo. E tive o prazer de fazer a Severina, que foi o personagem da rainha, onde alavanquei e tive meu nome surgindo nas grandes paginas mais seguidas do mundo junino. Nesse ano também conquistei títulos de melhor rainha no estado do Pará, levamos o Maranhão para Mossoró no Rio Grande do Norte, e lá tive o prazer de sentir a energia pulsante do público, que vibraram muito com: Uma Alma Velha Habita em Mim. Aqui também tive a honra de receber o convite para ser madrinha de uma nova junina, chamada Encanto Junino.

O ano de 2019, foi sem duvidas  o ano das incertezas, doloroso, complicado. Tive a infelicidade de obter sérias lesões, coluna, joelho. Mais tive a força de me manter de pé, pra caminhar com minha junina até onde foi possível.

Esse foi um ano incrível, de muitas conquistas em primeiro lugar, para a quadrilha foi só festa e alegria, e claro que para mim também foi, mais eu sofri demais vendo minha junina circular por todos os cantos e eu não poder acompanhar e cumprir agenda, dancei apenas os principais arrais. Quase não estive presente.

Foi nesse ano que eu me vi um estado absoluto de extrema superação, passei mal em varias apresentações, lesionada e ainda descobrir que estava grávida, então também veio os efeitos colaterais da gravidez. E quando tudo se acalmou, vibrei muito a possibilidade de me despedir do São João de 2019. Então conseguir está presente na última apresentação do ano, no arraia Brasil em Palmas-To. Rainha Divina, preta, gravida, dançando quadrilha e campeã do Brasil.

Durante o período pandêmico, participei de de 3 lives, representando o Maranhão.

2022 foi visceral, para esse ano me preparei muito, estava com muita sede por dançar quadrilha, e viver a liberdade que o São João nos proporciona, afinal vínhamos de 2 longos anos de pandemia, que nos deixou com muita saudade. Maria Bonita foi o personagem que mais trabalhei, mais estudei, pra conseguir chegar no resultado que gostaria. Definitivamente, foi um ano surreal, o espetáculo é grandioso, intenso, magico. Vivi muitas experiências, eu vi meu nome assumir destaque a nível de nordeste.

2023, tive a honra de receber homenagem na câmara municipal de Açailândia, representando as mulheres do seguimento artístico cultural do município. Ministrei workshop para damas juninas, participei de intercâmbios culturais, fora do estado. Tive a alegria de ser inspiração para personagem no mundo dos games. Participei da Mostra de Dança em Pontal no Paraná.

Concluo, dizendo que já vivi muitas experiências, ruins, muito ruins, e outras muitas boas. Me acolho, entendo minhas condições e trabalho dentro delas, tenho muito orgulho da minha trajetória, em tão pouco tempo ter o prazer de ser referência no nordeste.

Nada é mais forte para mim, do que a troca imediata do público, essa é uma das maiores alegrias que um/a artista pode sentir. 4 anos nesse universo junino, já me ensinaram muita coisa, digo, afirmo e reafirmo que não vim, pra ser igual, e vim pra ser eu mesma e pra ser feliz nos arraias da vida. A força que motiva a continuar e escrever as próximas linhas da minha história no São João, tem jeito, tem força e muito amor também pela dona do meu coração Junina Flor de Mandacaru.

Como os brincantes, já fui pra sinal pra fazer pedágio, vender rifas, já me humilhei demais para ajudar a conseguir recurso, patrocínio para junina.

Uma Mulher vestida de sol, que se tornou Severina, pra montar uma bonita apresentação, viajamos pelas bandas de Alcântara assumindo o poste de Imperatriz, mal sabendo que depois se tornaria um dos maiores símbolos de força e resistência feminina, com a destemida Maria Bonita, agora se prepara para dar vida a próxima personagem, que sem duvidas será a maior de todas.

Desde o ano que entrei, assumir o desfio de assessorar e coordenar o setor de MKT da junina, e venho contribuindo para colocar o nome da Flor na mídia social.

Uma grande Rainha, tem sempre uma grande historia, de superação e muita fé.

Vem ai: O São João 2023 aguardem.

Crédito das fotos: Fotógrafo Henrique Sales